Tudo Pode Acontecer no Trem Lotado
Tudo Pode Acontecer no Trem Lotado
Elizete detesta ir de trem para ir trabalhar, mas hoje não teve como evitar, pois os rodoviários estão de greve e nenhum ônibus está rodando. Separada do marido há pouco mais de um ano, necessita desse emprego como secretária do doutor Afrânio, no seu consultório de dentista. Com vinte e quatro anos, desde que se separou, nunca mais teve encontros amorosos com outros homens, apesar de ser uma ruiva que muitos dão em cima. Ela ainda está abalada pela traição do marido.
No vagão lotado, se encosta na parede dos fundos e se sente exprimida. Olha com cara feia para o sujeito que está com o corpo colado ao dela. É um negrinho magro e bastante jovem, que retribui o seu olhar com um risinho safado de orelha a orelha. Não deve ter mais de dezoito anos, mas é alto e se apoia com um braço estendido na parede, rente ao ombro da jovem. Mas o que a incomoda é que o outro braço dele, está estendido ao longo de seu corpo e como eles estão colados, o sente contra a lateral dela, nas suas coxas.
– Cara, faça o favor de retirar o braço daí!
– Não dá…. ele está colado ao meu corpo…. não quero ficar maneta!
– Engraçadinho…sabes do que estou falando.
– Sei sim, senhora, mas acho melhor não se incomodar com isso. Eu não a estou bolinando.
Elizete se conforma com o descaramento do rapaz, pois até certo ponto ele tem razão, seu braço está estendido ao longo da lateral de sua coxa direita, ela o sente, mas é só isso… sua mão um pouco abaixo da bainha de sua saia, toca sua pele, mas está imóvel.
Enquanto está entretida nesses pensamentos, percebe que o rapazote se moveu e que agora o braço esquerdo dele, está a tocando pela frente e a mão dele roça seus joelhos. Como não a sente se mover, fingi que não notou. Mas até que gosta da quentura que emana da palma da mão do moleque, tocando a rótula do joelho esquerdo. Um minutinho depois, não sabe se pelo balanceio do vagão, a palma dele se move e sobe uns centímetros acima do joelho e os dedos se separam e envolvem o início de sua coxa com uma leve pressão e agora ele, sim, a está bolinando. Ela reclama, com o rosto quase colado ao dele, quase que sussurrando;
– Agora você está me bolinando, então pare com isso, safado!
– Não seja tão sisuda, mulher…. tua pele é tão quentinha e macia que dá gosto em tocá-la e olhe para os lados, ninguém está vendo nada.
Elizete não pode ver nada ao redor pois na sua frente está o moleque lhe tampando a visão, no seu lado esquerdo, de costas para ela, um velhote peso pesado e do outro lado a lateral do vagão. Ele tem razão, é impossível alguém notar o abuso dele. A mão boba, agora está com os dedos dando uns apertos ritmados pouco acima do joelho.
– Pare com isso ou vou botar a boca no mundo moleque atrevido!
Toninho, atrevido e irreverente, com a libido aflorando nos seus 17 anos, escuta a ameaça da ruiva baixinha e super gostosa, mas não se intimida e num gesto de puro atrevimento sobe a mão um palmo mais para cima, entre as coxas de Elizete, que tem um sobressalto ao sentir este abusado ato. Entretanto não grita como ameaçou, apenas segura o braço dele e faz força para o forçar a descer com a mão atrevida.
Toninho em contrapartida, desce com o braço que o apoia na parede do vagão e agora são as duas mãos que estão subindo por dentro da saia dela. As mãos delas lutam contra as dele, que teimam em continuar apalpando suas coxas, cada vez mais para cima. Apesar de magro, ele é forte e ela estremece quando sente o toque da mão espalmada nos “fundilhos” de sua calcinha.
Há uma luta silenciosa entre os dois. Ela tentando tirar as mãos dele, que agora tocam, ainda que por cima da calcinha, sua grutinha. Fecha o mais que pode as coxas, para dificultar a bolinação do rapazote, mas com isso, ela só faz é prender a mão dele espalmada contra sua boceta, pior ainda, o dedo médio começa forçar o tecido fino para dentro de sua fenda, indo e vindo num “agito” rápido e constante e logo a ele vem se juntar os dedos indicador e anular.
Algo acontece com a indignação dela, com o atrevido negrinho, a bolinando assim, tão íntimo. Sua raiva vai diminuindo e em seu lugar, uma gostosa e nascente onda de prazer. Sem saber como, suas coxas vão se separando e ela solta as mãos que seguravam os braços do abusador.
Toninho, apesar de novinho, percebe a entrega da mulher, e sente nas pontas dos dedos, a umidade que brota pelo tecido da calcinha. Louco de desejo, cola seu corpo ao dela e suas mãos sobem e começam a puxar a calcinha coxas abaixo. Ela ainda tenta evitar, segurando o tecido pela lateral. Ele puxa para baixo, ela para cima, resultado, o fino e frágil tecido não resiste e se parte em dois. Agora aos pés deles, a calcinha partida de Elizete é pisada.
Livre do impedimento da calcinha, Toninho se esmera em bater uma punheta para Elizete., que tem de fazer força para não gemer de prazer com os dedos dele movendo rápido, indo fundo dentro das paredes vaginais totalmente ensopadas com os seus fluidos. Na eminência do gozo, ela leva seus braços e o abraça pelo pescoço, para se apoiar e o morde, quando um violento orgasmo a toma de assalto. Há mais de um ano ela não sentia coisa igual e foi tão intenso, que a fez ir a lua e voltar.
Foi tudo muito rápido, quando se dá conta, o pau dele está a invadindo e o moleque está com os braços envolta de sua cintura a puxando para ele, se movendo muito rápido dentro dela, que se agarrou ainda mais a ele, e num par de minutos, depois de meia dúzia de bombadas, despejou um barril de porra dento dela, que no mesmo momento foi envolvida por outro e ainda mais estupendo orgasmo. Ela não resistiu a esta onda de prazer que a domina e gemeu alto e com isso o velhote de duas toneladas ao lado, se virou e os surpreendeu engatados, ela com vestido enrolado na cintura e ele com as calças e cuecas pelos joelhos.
– Que patifaria é essa? Estão pensando que aqui é algum puteiro! Uma puta branca ordinária fodendo com um negro…. que pouca vergonha!
O gorducho fala alto e com isso chama atenção dos passageiros em volta que notam quando Toninho, sobe a cueca e a calça e Elizete desce o vestido enrolado em sua cintura, mas sua calcinha rosa e rendada está aos seus pés, ela se abaixa e a recolhe, no meio da zombaria, risos e xingações de muitos.
De cabeça baixa vermelha como um pimentão, não tem coragem de olhar para nenhum dos passageiros, já Toninho, apesar de temeroso, os encara;
– Tão olhando o que? A mina é minha namorada e a gente só estava dando uns amassos…. não tem nada de olhar!
Ele a abraça e lhe diz, alto para que escutem:
– Vamos descer na próxima parada, Amorzinho.
No meio de zombaria geral, ele a puxa para perto da saída e ela, não sabendo onde enfiar a cara, o acompanha. Para seu alívio, em menos de dois minutos o trem chega uma estação, que não a dela, mas é a dele.
*****
Profundamente abalada, Elizete chora e treme ao mesmo tempo.
– Minha nossa…. o que eu fiz? Eu não sou nenhuma vadia! Foi você que me tentou, cara. onde estamos? O que fui fazer! Não sei como proceder, meu Senhor…. como pude ser tão irresponsável?
Elizete está quase que em choque, a beira de um ataque histérico. Ele nervoso e temendo que ela tivesse um ataque ali mesmo na estação, de uma bolsinha que tinha escondida num bolso camuflado de sua calça, retirou um vidrinho e dele pegou dois comprimidos e disse para ela chupar que logo iria se sentir melhor…. que eram apenas calmantes. Sem pestanejar ela fez o que ele pediu.
Na realidade Toninho estava fornecendo a mulher dois comprimidos de uma poderosa droga alucinógena, tipo ecstasy ou coisa parecida, ele não sabe bem o que é, pois ele só faz a entrega para os seus irmãos, eles é que entendem do riscado.
– Eu acho melhor você se acalmar. Afinal de contas o mundo não veio abaixo só porque nós transamos. Você já deve ter feito isso algumas vezes.
– Num vagão de trem lotado não, eu nunca transei, cara.!
– Venha comigo… minha casa fica a menos de dez minutos daqui, do outro lado dos trilhos dos trens.
Elizete não está em condições mentais plena e tão confusa que o segue, Toninho com o braço em sua cintura para a ajudar em se equilibrar para sair da estação, caminharem pela rua ao lado e como muitos fazem, invadem a área proibida dos trilhos dos trens suburbanos. Do outro lado, avançam por uma ruela tortuosa sem calçamento e nesta altura as drogas começam se fazer sentir mais forte e Elizete, se sente flutuar no ar, vendo luzes pipocando em sua volta. Se sente feliz e ri à toa.
A casa de Toninho, está às escuras e ele tem dificuldade de usar a chave, ao mesmo tempo e segurar Elizete, pois ela insiste em dar piruetas na rua. Felizmente Miguel e Lucio não estão em casa, senão ele iria levar esporros dos irmãos, por não ter feito a entrega das drogas aos compradores da cidade. Como explicar aos manos que por causa de uma mina se viu compelido a interromper a viagem. Felizmente já tinha realizado a maior parte das entregas. Mas o pior de tudo seria explicar a presença da ruiva doidona e dizer que tinha usado parte da encomenda nela.
Leva Elizete para o seu quartinho, o menor da casa e a coloca na cama, ainda é cedo, perto das oito horas, sabe que seus irmãos estão fazendo “negócios” e que só retornaram à casa ao final do dia. Então, com o tempo livre, decidi que está na hora de foder a mulherzinha novamente. Chapada como está, não vai se opor a nada.
Com efeito, ele a despe e ela o ajuda, dizendo que quer sentir ele dentro dela.
– Lá no trem teu pau parecia maior negrinho. Mas estou vendo que é uma merdinha de nada…. o do meu ex era muito maior…. mas venha cá e trepe em mim assim mesmo…. estou com um grande tesão meu menininho, me foda com vontade. Desvairada, segura o pau dele e o dirigi para sua boceta.
– Puta merda! Como é gostoso voltar a ter um homem por cima de mim, me fodendo! Vai, vai… entre fundo, mais rápido, mais, maisassim, assim.
Elizete se agarra ao rapazote, com as pernas o envolvendo pela cintura e coloca os braços em suas costa enquanto geme e dar gritinhos, tomada por enorme prazer que a muito tempo não sentia. Realmente, é tudo fruto das drogas.
Assim incentivado Toninho em pouco tempo ejacula uma quantidade enorme de esperma nas entranhas dela, que sente os jatos fortes e com um berro explode simultaneamente em um orgasmo que a faz sentir como se estivesse morrendo de tesão se esvaindo nela.
Por volta das dez horas, no silêncio da casa, só se ouve gemidos e sons roucos vindo do quartinho de Toninho. Elizete está estirada por cima dele, com a cabeça entre as coxas, engolindo com gula o pau do negrinho e ele em posição invertida faz o mesmo. Há mais de dez minutos eles estão nesse interminável 69. Ela percebe que não está em seu juízo perfeito, que os comprimidos que ele lhe deu é o responsável. Mas isso não tem nenhuma importância…. a única coisa que realmente vale em todo esse mundo é aquela boca maravilhosa lambendo e chupando sua xoxota e o caralho em sua boca, lhe dando um imensurável prazer que se esquece de todo o resto.
Passa do meio-dia e Toninho está deitado por cima de Elizete, pelas costas, com o pênis enterrado no ânus dela, isso há quase cinco minutos. Agora depois do gozo anal, estão como se dando um descanso, para novas proezas. Mas tanto ele como ela, estão nas últimas, extremamente esgotados de tantas horas loucas de sexo. Ele um garoto de apenas 17 anos que pela primeira vez na vida fode uma mulher branca…e que mulher! Para ele uma deusa ruiva do sexo e para ela, carente a pouco mais de um ano por sexo, estimulada pela droga, mandou a merda toda inibição e se atirou de corpo e alma naquele novo mundo de prazer extremo.
O estranho casal entrelaçado dorme pelados na pequena cama. Uma ruiva com corpo lindo está com as coxas brancas e roliças apoiada sobre o ventre escuro de um garoto magro e alto, num belo contraste de cores e tamanho. É Toninho que primeiro abre os olhos e olha aquele “mulherão” despojada sobre ele e se sente como o mais feliz dos homens. Da um beijo num mamilo que se oferece a um palmo de seu rosto e com cuidado, retira braços e pernas da ruiva que o envolvem e se levanta com a intenção de urinar, comer e beber qualquer coisa, pois sente necessidade das três coisas. Pelo reloginho da sala, vê que são 16:00 e isso o surpreende. Ele ficou comendo aquela delícia de mulher por aproximadamente oito horas…. que coisa mais louca! Depois de fazer suas necessidades fisiológicas, volta ao quarto e ao lado da cama fica olhando o corpo nu de Elizete.
Sabe perfeitamente que ela só está ali, na sua cama, por força das circunstâncias do que aconteceu no vagão lotado do metropolitano e principalmente por causa dos dois comprimidos que ela engoliu, que a deixou doidona. Quando os efeitos da droga passar, ela vai ficar furiosa com ele, pois por sua culpa deixou de seguir seu destino, talvez indo trabalhar ou voltando para casa. Toninho, não quer que isso aconteça, o moleque está com enorme tesão pela ruiva gostosona e a quer por mais um tempinho na sua cama. Então, num gesto impensado, retira da bolsinha os outros seis comprimidos e os amassa na pia da cozinha e dilui o pó resultante com água e faz com que Elizete beba a mistura, que ainda doidona, o faz.
*****
Passa das 21:30, quando os irmãos de Toninho, Miguel e Lúcio chegam em casa. Os dois estão satisfeitos pois conseguiram uma boa partida de muamba, desta vez o intermediário lhes forneceu quatro tipos diferente de drogas, ecstasy, clack em pedra, LSD, maconha, pois assim se tornaria mais fácil a venda, pois eles têm consumidores que têm preferencias específicas. Os dois traficantes estranham não verem Toninho, o irmão adolescente, que sempre os espera, para prestar contas das entregas que ficou encarregado.
– Onde se meteu este moleque? Será que ainda não chegou em casa!
– Chegou sim, olhe ali na mesinha o dinheiro que recebeu pela entrega do material.
– Espere aí! Está faltando dinheiro, falta novecentos reais! Onde está o moleque?
Miguel abre a porta do quartinho do irmão e fica de boca aberta. Lúcio ao seu lado também fica abismado. Na estreita cama, Toninho dorme abraçado ao corpo de uma mulher branca, que também está dormindo abraçada a ele, num contraste entre a pele muito branca com a pele escura do moleque. Se aproximam admirando o belo corpo da ruiva com a bunda exposta e pelo que podem ver, sem nenhuma celulite e nem marca de picadas.
– Que merda é essa? Como esse magricelo conseguiu esta branquela boazuda para a cama? Pelo visto ela não é da região, está mais para mulher lá do asfalto!
– Miguel, olhe ali no canto, as roupas delas, os sapatos e a bolsa. Vamos dar uma olhada para ver quem é essa vadia.
*****
Depois de examinar os documentos e até o celular dela ficam pasmados. O nome da bela ruiva baixinha e de lindo corpo é Elizete Lima de Castro, tem vinte e quatro anos. Mora no centro e trabalha como secretária para um tal doutor Afrânio, no seu consultório de dentista, num prédio da Vila Antonina, região da zona sul. Tem um bom salário e nada indica que seja casada. No seu celular, encontram várias fotografias, dela e de outras garotas, que devem ser suas amigas, e mais de cinquenta nomes femininos, com telefone e algumas mensagens, nada que a comprometam. Uma típica mulher do asfalto. Suas roupas, sapatos e a própria bolsa são material de primeira. Como mulher de tal quilate está fodendo com Toninho, um moleque, isso é um mistério.
Eles puxam Toninho de cima da ruiva e ele acorda e os olha assustado. Sabe que tem muitas explicações a dar para os irmãos. Questionado por Lucio e Miguel, encontra como melhor explicação contar a verdade de tudo que aconteceu no Metropolitano, de como a fodeu e saíram do vagão, quase que expulsos, do nervosismo dela, que usou duas pastilhas para a acalmar, que ficou “doidona” e trouxe para casa e passaram o dia fazendo sexo e que lhe a fez engolir mais seis comprimidos da droga.
– Caralho, puta merda! Quer dizer que ela foi dopada com oito capsulas? Tu tá doido, moleque? Querias matar a mulher? Uma só já seria o suficiente!
Eles correm e vão examinar Elizete e ficam preocupadas, pois está profundamente adormecida e sua respiração muito acelerada, e o coração bate a “mil por hora”.
– Miguel, o que tu achas? Será que a muherzinha vai bater as botas?
– Não sei, desconheço os efeitos de super dosagem desta merda! O que vamos fazer, a levar pra um canto qualquer e deixar que seja encontrada e levada pra um hospital?
– Acho melhor não, sair de carro com uma mulher drogada e que pode morrer nesse meio tempo, é muito arriscado. Vamos deixar ela aí, na cama desse idiota, e vamos ver que bicho vai dar. Se virar presunto, a gente acha um jeito de a desovar, se viver a mandamos ir embora.
– Toninho tu nos deve quase duas mil paus, pelas drogas que usastes na mulher. Como paga vamos ficar com o celular dela, com a bolsa, os sapatos e os cento e vinte reais que ela tinha na bolsa.
– Esperem aí, e se ela acordar…. como vamos dizer que vá embora, sem dinheiro e descalça?
– O problema será teu. Então lhe dê uns trocados para o trem e compre um chinelo, e bico calado, ninguém pode saber que ela está aqui em casa.
*****
Elizete permanece sofre efeito da droga aproximadamente por setenta e oito horas e depois disso é que lentamente dá sinais de que está despertando, e fica nesse estado de semi-inconsciência por mais dez horas. Toninho, com muito receio do que possa acontecer, tem muita dificuldade em a alimentar e que beba água. Pois Elizete ache como se fosse um bêbado, que bebeu todas no bar.
Quatro dias depois
Durante a noite, quando Miguel e Lucio chegam em casa, encontram Elizete sentada na cama de Toninho e ele com uma tigela lhe dando algo para comer, eles suspiram aliviados por a verem totalmente desperta. Pois os jornais e a televisão estão anunciando o caso de uma mulher, branca ruiva de 24 anos, que desapareceu misteriosamente há 4 dias, e até estampam fotografia dela. A polícia informa que não tem nenhuma pista dela, mais que continuam as investigações.
– Que bom, amanhã mesmo, tu poderás ir embora e inventar qualquer coisa por ficar tantos dias sumida. Está certo assim, Elizete?
Ela fica olhando para eles, e não fala nada. Olha para Toninho e só então, fala:
– Estou com fome, me dá mais comida, menino lindo!
– Quem é esta tal de Elizete?
– Eu não quero ir embora, aqui é tão bom!
Dois anos depois
Toninho, Miguel e Lucio, chegam em casa, por voltas das 22:00 e ela corre para os receber, feliz da vida.
– Meus queridos, como demoraram…. a comida de vocês já esfriou. Mas eu esquento num instante. Como foram os negócios hoje, sobrou alguma coisa para mim?
– Só esta trouxinha aqui, você quer, Lili?
– Quero sim, estou muito necessitada. Qual dos três vai me foder hoje?
– Lili, como lucramos muito hoje, com a venda das drogas, seremos os três hoje.
– Oba, oba! Uma suruba com os meus homens é o que mais gosto!
*****
Elizete Lima de Castro, a bela jovem, nunca mais foi encontrada e até hoje, dois anos e meio transcorridos, o caso dela está numa pasta da delegacia especializada, como mais uma das milhares de mulheres que somem todos os anos no Brasil. Alguns argumentam que como é bonita e ruiva, é provável que tenha sido vítima do infame comércio internacional do tráfico de mulheres para serem escravas sexuais e deve estar em algum bordel, lá no velho mundo.
Mas na realidade Elizete está aqui, no país, na mesma cidade e há menos de vinte minutos de trem de sua antiga residência. Ela agora tem os cabelos tingidos de preto e todos que a conhecem, a chamam de Lili. Feliz da vida, com uma barriga de seis meses, só não sabe quais dos três possa ser o pai do seu filho, mas para ela, isso não importa. Lili nunca se sentiu tão feliz em toda sua vida, diz isso por dizer, pois não tem nenhuma lembrança de como vivia antes, mas lá no seu íntimo, presente que não era feliz antes.
FIM
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